30/10/2011

Gente, tenho que dizer! Já vi a neve! Era artificial, mas era neve! hehe
Fui a um clube de ski onde o Quinten fez um curso de uma semana junto com um monte de outras crianças. Daí, no último dia tava rolando uma festinha de encerramento com refri e batatas fritas para todas as crianças.

Quando eu cheguei lá, achei demais perceber a fumacinha saindo da boca, fiquei rindo sozinha, matuta a coitada... É instântaneo o começo dessa fumacinha quando a gente entra na área de ski. E tava super legal até começar a sentir o frio chegando de verdade nos meus pés, pedi arrêgo e fui pra área quentinha. =)

Antes disso eu tinha visto a neve só no voo, quando o avião passou pelas montanhas na Alemanha e tava tudo branquinho, paisagem linda, nunca vista antes. Outra coisa legal do voo foi ver os aviões passando do lado, vi pelo menos quatro! E fiquei impressionada porque nunca tinha visto isso no Brasil... acho que o espaço aéreo da Europa é bem menor e por isso acontece isso.

No mais, tão dizendo que o inverno vem aí de cum força e eu não quero nem imaginar...
Quando você planeja uma viagem, sempre tem em mente que vai encontrar diferenças culturais, sociais, enfim, de todos os tipos. No entanto, isso tudo faz parte de um quarto ainda escuro, completamente desconhecido e que, de acordo com destino, é completamente mutável. E aí está grande parte da emoção de enfrentar a viagem, e no caso do intercâmbio, você tem um tempo razoável para ir como que com sua laterna descobrindo cada parte do quarto, cada canto e brecha.

Assim acontece a cada saída aqui, ainda mais nestes primeiros dias, uma simples ida ao supermercado traz todo o aprendizado de um mundo novo. Como é o estacionamento? O carrinho? O caixa das compras? E você se pega pensando como não pensou antes como várias coisas podiam ser diferentes...

Então, vamos lá, às diferenças: o estacionamento é pago em uma máquina e funciona mais ou menos como a Zona Azul, antes mesmo de entrar no supermercado você paga e imprime um ticket equivalente ao tempo que você planejou permanecer no supermercado, se você ultrapassar o tempo e houver fiscalização, você pode ser multado; para pegar o carrinho você precisa depositar uma moedinha para retirá-lo de onde está afixado; em seguida, você pega um bip que você mesmo ultilizará para passar suas compras; no supermercado, existe uma máquina que recebe suas garrafas pet, você as deposita e recebe uma quantidade de dinheiro equivalente a quantidade de garrafas. Segundo meu host, você não "ganha" este dinheiro, mas sim lhe é "devolvida" a quantia que você investiu na compra da garrafa. Por fim, você paga as compras bipadas com cartão de crédito em uma máquina, mas também existem caixas convencionais que recebem as compras pagas em dinheiro.

A tarefa de colocar as garrafas pet na máquina foi executada pelo Quinten, o pivetinho de sete anos que eu cuido. Daí a gente tira que desde pequeno eles aprendem a importância disso.E eles também reciclam plástico em geral em casa.

Dessa forma, o que podemos perceber é que uma série de funções "automáticas" ainda executada por pessoas em vários lugares são anuladas aqui, num precisa dizer porquê né? =T Ah, aqui você também bota sua própria gasolina no posto, opera a máquina e paga na loja de conveniência.

Hoje foi meu dia de dirigir por aqui, dar uma volta com a host para ver os lugares que eu precisava aprender a ir. Dizem que geralmente as cidades daqui tem ruas estreitas, que é uma loucura dirigir em Amsterdam com tantas bicicletas e pessoas. As ruas só ficam mais largas nas autoestradas. Ah, eu recebi um aviso de que todas as au pairs anteriores bateram o carro alguma vez e que eu não me assustasse se isso acontecesse comigo também! =O

Aqui em Heerlen tráfico de bicicletas é  menor, mas elas continuam tendo prioridade por levarem em conta a vulnerabilidade dos ciclistas. Senti dificuldade de dar prioridade nos balões, parar no meio do fluxo, mas entendo as razões.

Poisé, minha lanterninha tá iluminando várias coisas já e fico cada vez mais curiosa para ver o que está por vir!

28/10/2011

Au pair?

Bem, pra quem não sabe, este blog está sendo criado com a motivação que o título já expõe: a minha vivência na Holanda que, no caso, se refere a um intercâmbio de um ano como Au Pair (http://pt.wikipedia.org/wiki/Au_pair) em que trabalho no máximo 30h semanais na casa de uma família holandesa, cuidando de crianças e fazendo pequenos trabalhos de casa, em troca da minha passagem de ida e volta pra Holanda, um salário mensal e curso de idioma.

Sobre o blog, como eu disse, o intercâmbio foi a motivação, mas não será o único e exclusivo assunto que irei tratar aqui. Além de compartilhar experiências pessoais sobre questões sociais, culturais e todas as outras que possam surgir sobre as diferenças entre os dois países (Brasil e Holanda), provavelmente tratarei também de música, literatura, cinema e assuntos diversos.

Quanto ao Au Pair, é bom especificar que este tipo de intercâmbio não acontece exclusivamente na Holanda, mas em diversos países pelo mundo e um dos que tem a regulamentação mais rígida e clara sobre isso é os Estados Unidos, portanto, sim, vocês devem supor que lá é o país que mais se "importa" mulheres (neste caso, exclusivamente mulheres) para esta função. As condições que eu especifiquei no primeiro parágrafo não condizem com todas as au pairs que viajam pelo mundo. Estes aspectos podem variar bastante, por exemplo: é possível vir com ou sem agência (responsáveis por intermediar a relação entre au pairs e famílias), com ou sem passagem paga pela host family, o curso pode ser de idiomas ou não, enfim, existem várias variantes.

No meu caso, encontrei a host family no site www.aupair-world.net, onde eu mesma pude contactar famílias de diversos países, trocar emails e avaliar as condições oferecidas por cada família como o lugar em que moram, a idade das crianças, as vantagens oferecidas etc. Portanto, eu vim sem agência, então assumi a responsabilidade de encontrar uma família confiável.

A minha busca resultou na família Kitselaar, que reside no sul da Holanda, em Heerlen; tem três crianças composta por pai, mãe, duas meninas de 12 e 11 anos, e um menino de 7 anos. Eles não precisam que eu faça muitos trabalhos domésticos, pois já têm uma cleaning lady, mas sim que eu dirija bastante para executar algumas atividades como deixar as crianças na escola e nas aulas de inglês, música e dança. Trocamos emails de julho a outubro e no último dia 27 eu cheguei aqui.

Estou no segundo dia e me sinto como um bebê que acabou de nascer e se depara com a necessidade do aprendizado de um mundo completamente novo. Na verdade, isso se mostra pra mim como uma maneira de viver futurística, com um sistema que valoriza o meio ambiente, a autossuficiência, as pessoas, enfim, com vários pés já na frente desse meu Brasil... mas este assunto eu continuo no próximo post.