13/11/2011

Fiz o suspense e deixei vocês esperando! =X
Bom, atrasada, mas vou falar do fim de semana em Ultrech e Amsterdam.
Foi fim de semana passado (dia 5 e 6 de novembro).  Bem, decidi ir pra lá devido a uma carona muito oportuna da hostmother até Ultrech!
Eu já tinha lido sobre essa cidade e sabia que ela era interessante! Primeiramente, tinha marcado com uma au pair brasileira que também iria pra lá, mas o encontro acabou não dando certo e decidi que conheceria um pouco do centro sozinha mesmo, com algumas orientações da minha host.
Foi uma boa caminhada, fiquei encantada com a cidade. Talvez tenha sido o contato com uma cidade maiorzinha, mais a cara da Holanda, com construções bem antigas e interessantes, canais cortando a cidade, com cafés etc. Encontrei várias lojinhas interessantes, mas a que mais me marcou foi uma só quadrinhos com edições que eu nunca tinha visto de muito quadrinho massa! Mafalda, Calvin, edições completas do Robert Crumb e Simon's cat, que eu nem sabia que tinha livro! Adorei a loja... mas muito quadrinho tava em holandês e eu me decepcionei várias vezes com isso quando pegava algum que me interessava. Não comprei nada, mas pretendo gastar um dinheirinho com isso ainda!
A próxima surpresa de Ultrech foi a melhor de todas...
"Aline caminhava pelas ruas quando de repente houve uma batucada muito conhecida pra ser verdade, mas era! Com uma pequena corrida se deparou com isso:


uma grupo de percussão tocando música brasileira!!!"
Rolou uma emoção ó! =~~  De encontrar algo que me era familiar, que faz parte de mim, num contexto tão diferente! Mas adorei, fiquei feliz mesmo, pulando sozinha lá! hehe
Depois bateu uma tristezazinha de morar numa cidade pequena e só poder me deparar com essas coisas no fim de semana, mas num quero ficar pensando nisso! Também sei que encontro momentos muito gostosos na tranquilidade de Heerlen e agora, conhecendo as pessoas por lá, as coisas tão ficando mais divertidas!
Enfim, depois disso, encontrei um lugar pra comer e fui pegar o trem pra Amsterdam.
Cheguei lá e encontrei com uma au pair brasileira que deu umas voltas comigo até a hora de começar a Museum Night.
No caminho, amig@s, olha o que eu encontrei pra mandar pra vocês! aaaahahahahahahahaaha!
Adoráveis cartões postais! 
Descobri que hostels em Adam podem ser lugares supreendentes, onde seres inesperados podem atender você! 
As lojas de souvenirs também são super engraçadas... =P 
Após o passeio, fui encontrar com duas brasileiras (e au pairs) super gente boa! Combinamos de ir pra Museum Night, um evento que acontece anualmente em Amsterdam no qual você compra um ingresso e pode visitar vários museus, entre os participantes do evento, de 19h às 2h, com transporte incluso! E a visita fica mais divertida pois em vários museus acontecem festinhas com bandas e djs e você encontra bebidas e comidas à venda! 
A caminho do museu do Van Gogh, fiz uma tentativa de tirar uma foto no tão famoso I am Amsterdam!
É... deu muito certo não! Deixa pra próxima... 
No entanto, a noite foi cult e divertida! Visitamos o museu do Van Gogh, da Anne Frank e um com nome em holandês que eu esqueci. =x Muitas conversas boas com a Fernanda e a Mah! Até que elas tiveram que ir embora... 
E a nêga aqui ficou sozinha em Amsterdam, sem trem pra voltar pra casa, ninguém pra caminhar ou lugar pra ficar! Desesperada, eu? Nada... fui procurar outro museu, queria curtir o resto da night! Meia noite, primeira noite em Amsterdam, sozinha... e alguém quer adivinhar onde a nêga aqui foi parar??? 

  Parabéns pra quem acertou!!!!
Dei meia volta e fui embora né... só depois disso percebi como a rua tava vazia e cheia de homens um tanto quanto estranhos! Escapei bem e acabei recebendo uma ligação mais tarde que me fez ir encontrar com a primeira brasileira que falei antes e as amigas delas. Elas iam have fun all night long, chamaram pra eu me juntar a elas e, assim, não precisar ter que pagar hostel naquela noite. 
E, apesar das brasileiras serem mais ou menos e a "balada" idem, ganhei um amigo muito gente boa com quem eu acho que ainda vou andar muito por Amsterdam, o Tom! 
Só mais uma coisa... ele disse que vai me apresentar o Blue Light District! Imagina só o que é! hahahaha

Eita que o post foi grande hein! 
Beijos aos amigos que me leem por aqui!

07/11/2011

Hoje vou relatar meu pior dia até agora...
A última quarta-feira (02/11/2011). Muit@s de vocês já sabem algo sobre, porque foi impossível não comentar, ao ver um nome amigo ficar on line no Facebook.
Bem, quarta-feira é o meu dia mais cheio durante a semana, pois as crianças tem diversas atividades após a escola, que neste dia acaba mais cedo (às 12h, normalmente acaba às 15h). Sendo assim, na última quarta eu tive que aprender diversos caminhos novos para cada aula, além do caminho do supermercado, que eu não sabia que não tinha fixado direito.
Meu host, então, me mostrou os dois caminhos mais distantes que eram totalmente novos pra mim, o da aula de hipismo da Aspelin (11 anos) e de golf do Quinten (7 anos). Ele ia dirigindo o carro dele e eu ia seguindo no "meu".
Primeira dificuldade: a velocidade, para chegar aos dois destinos, precisávamos pegar autoestradas, onde as pessoas aqui dirigem até a 120km/h. Eu nunca tinha dirigido nem a 90km/h e tinha, definitivamente, que seguir o limite de velocidade, pois chega a ser perigoso dirigir a menos do que a sinalização pede. Mas isso eu acostumei fácil, no segundo caminho já tava entendendo melhor a sinalização e as saídas da autoestrada que eu precisava pegar.
Depois de me mostrar esses caminhos, Ton foi comigo até o supermercado onde eu teria que fazer algumas compras, o Albert Heijn (esse supermercado tem uma rede enorme, mas permanece exclusivamente na Holanda, e tem uma sistemática pessoal de se fazer as compras, da maneira que se pega o carrinho ao pagamento no caixa, o que serve de motivo pra vários outros países da europa fazerem piadas com os costumes holandeses). No entanto, quem disse que eu sabia como voltar? Eu tinha feito esse caminho uma vez, mas com o Ton dirigindo e simplesmente não lembrava como voltar... pra completar, eu não tinha mapa. Então começou a agonia. Sabia que tinha que pegar a autoestrada pra voltar, mas não sabia a saída correta pra voltar  pra casa. E tinha que pensar nisso muito rápido, porque eu tava no mínimo a 100km/h! Portanto, tudo passava muito rápido e eu não conseguia raciocinar direito.
Quando eu saía da auto e ia parar em algum lugar em que podia ver gente e perguntar informação, a maioria das pessoas tava de bicicleta, e tornava mais difícil pra eu, dentro do carro, conseguir perguntar a algo a alguém. Quando via alguém andando, a maioria era velhinho (se bem que muitos andam de bicicleta também, acho incrível! Só imagino minha mãe indo pro supermercado de bicicleta! hehe), e são poucos os que falam inglês por aqui. Daí via um adulto e esperança, mas cadê que sabia me dar a informação ou ao menos a direção certa?!
Passou meia hora e eu não me encontrava. Chegou a uma hora e eu comecei a me desesperar, chorar, esculhambar todo o maldito e hostil povo holandês (a impressão que eu tinha é que eles não queriam ser abordados, quanto mais me ajudar) que não servia nem pra me dar uma informação e assim eu ia ficar, perdida pra sempre, e assim ia perder todos os compromissos do dia (pegar as crianças na escola, deixar nas atividades à tarde).
Então, estacionei o carro, parei e chorei mais ainda. Saí e abordei um ciclista, com o rosto vermelho de chorar, dizendo que precisava do google pra me localizar. Dai ele voltou  em casa, pesquisou o destino, imprimiu e levou a rota pra mim. Quando vi, nem acreditei, nem soube como agradecer! (então, eles não são tão hostis assim né? =)Mas ele tinha me entendido errado e tava me guiando pra outro lugar so far away... em seguida, nos estendemos e ele foi me guiando de bicicleta até um lugar que me ajudaria a achar o caminho. Mas, só no fim percebi depois, mas meu problema maior todo estava numa rotatória que eu não sabia a saída certa. E, novamente, fui pro caminho errado!
Dessa vez, fui parar numa autoestrada a caminho de Köln, na Alemanha! hahahahahaha Aí pronto, já comecei a rir de mim mesma... pensando onde diabos eu ia parar! ahuahuahuahua
Entretanto, depois de pegar  tantos caminhos errados, comecei a entender como funcionavam os retornos nas autoestradas e isso ajudou bastante. Depois de um tempo, me encontrei e enfim cheguei em casa, depois de umas duas horas perdida!
Quando cheguei em casa, adivinha o que tinha que fazer? Dirigir, dirigir e dirigir!
Nesse dia, ainda me perdi  a caminho da aula do Quinten, quando cheguei lá, atrasada uma meia hora, ele tava chorando e eu terminei de chorar com ele... Imagina a cena! hehe
Enfim, este foi o dia em que tudo que eu precisei foi um abraço quente e amigo, algo que eu ainda não posso encontrar por aqui. No entanto, ganhei vários abraços virtuais importantíssimos pra mim!  Obrigada, amig@s!!!

Aviso logo que próximo post vem com fotos e histórias sobre Ultrech e Amsterdam! :D

30/10/2011

Gente, tenho que dizer! Já vi a neve! Era artificial, mas era neve! hehe
Fui a um clube de ski onde o Quinten fez um curso de uma semana junto com um monte de outras crianças. Daí, no último dia tava rolando uma festinha de encerramento com refri e batatas fritas para todas as crianças.

Quando eu cheguei lá, achei demais perceber a fumacinha saindo da boca, fiquei rindo sozinha, matuta a coitada... É instântaneo o começo dessa fumacinha quando a gente entra na área de ski. E tava super legal até começar a sentir o frio chegando de verdade nos meus pés, pedi arrêgo e fui pra área quentinha. =)

Antes disso eu tinha visto a neve só no voo, quando o avião passou pelas montanhas na Alemanha e tava tudo branquinho, paisagem linda, nunca vista antes. Outra coisa legal do voo foi ver os aviões passando do lado, vi pelo menos quatro! E fiquei impressionada porque nunca tinha visto isso no Brasil... acho que o espaço aéreo da Europa é bem menor e por isso acontece isso.

No mais, tão dizendo que o inverno vem aí de cum força e eu não quero nem imaginar...
Quando você planeja uma viagem, sempre tem em mente que vai encontrar diferenças culturais, sociais, enfim, de todos os tipos. No entanto, isso tudo faz parte de um quarto ainda escuro, completamente desconhecido e que, de acordo com destino, é completamente mutável. E aí está grande parte da emoção de enfrentar a viagem, e no caso do intercâmbio, você tem um tempo razoável para ir como que com sua laterna descobrindo cada parte do quarto, cada canto e brecha.

Assim acontece a cada saída aqui, ainda mais nestes primeiros dias, uma simples ida ao supermercado traz todo o aprendizado de um mundo novo. Como é o estacionamento? O carrinho? O caixa das compras? E você se pega pensando como não pensou antes como várias coisas podiam ser diferentes...

Então, vamos lá, às diferenças: o estacionamento é pago em uma máquina e funciona mais ou menos como a Zona Azul, antes mesmo de entrar no supermercado você paga e imprime um ticket equivalente ao tempo que você planejou permanecer no supermercado, se você ultrapassar o tempo e houver fiscalização, você pode ser multado; para pegar o carrinho você precisa depositar uma moedinha para retirá-lo de onde está afixado; em seguida, você pega um bip que você mesmo ultilizará para passar suas compras; no supermercado, existe uma máquina que recebe suas garrafas pet, você as deposita e recebe uma quantidade de dinheiro equivalente a quantidade de garrafas. Segundo meu host, você não "ganha" este dinheiro, mas sim lhe é "devolvida" a quantia que você investiu na compra da garrafa. Por fim, você paga as compras bipadas com cartão de crédito em uma máquina, mas também existem caixas convencionais que recebem as compras pagas em dinheiro.

A tarefa de colocar as garrafas pet na máquina foi executada pelo Quinten, o pivetinho de sete anos que eu cuido. Daí a gente tira que desde pequeno eles aprendem a importância disso.E eles também reciclam plástico em geral em casa.

Dessa forma, o que podemos perceber é que uma série de funções "automáticas" ainda executada por pessoas em vários lugares são anuladas aqui, num precisa dizer porquê né? =T Ah, aqui você também bota sua própria gasolina no posto, opera a máquina e paga na loja de conveniência.

Hoje foi meu dia de dirigir por aqui, dar uma volta com a host para ver os lugares que eu precisava aprender a ir. Dizem que geralmente as cidades daqui tem ruas estreitas, que é uma loucura dirigir em Amsterdam com tantas bicicletas e pessoas. As ruas só ficam mais largas nas autoestradas. Ah, eu recebi um aviso de que todas as au pairs anteriores bateram o carro alguma vez e que eu não me assustasse se isso acontecesse comigo também! =O

Aqui em Heerlen tráfico de bicicletas é  menor, mas elas continuam tendo prioridade por levarem em conta a vulnerabilidade dos ciclistas. Senti dificuldade de dar prioridade nos balões, parar no meio do fluxo, mas entendo as razões.

Poisé, minha lanterninha tá iluminando várias coisas já e fico cada vez mais curiosa para ver o que está por vir!

28/10/2011

Au pair?

Bem, pra quem não sabe, este blog está sendo criado com a motivação que o título já expõe: a minha vivência na Holanda que, no caso, se refere a um intercâmbio de um ano como Au Pair (http://pt.wikipedia.org/wiki/Au_pair) em que trabalho no máximo 30h semanais na casa de uma família holandesa, cuidando de crianças e fazendo pequenos trabalhos de casa, em troca da minha passagem de ida e volta pra Holanda, um salário mensal e curso de idioma.

Sobre o blog, como eu disse, o intercâmbio foi a motivação, mas não será o único e exclusivo assunto que irei tratar aqui. Além de compartilhar experiências pessoais sobre questões sociais, culturais e todas as outras que possam surgir sobre as diferenças entre os dois países (Brasil e Holanda), provavelmente tratarei também de música, literatura, cinema e assuntos diversos.

Quanto ao Au Pair, é bom especificar que este tipo de intercâmbio não acontece exclusivamente na Holanda, mas em diversos países pelo mundo e um dos que tem a regulamentação mais rígida e clara sobre isso é os Estados Unidos, portanto, sim, vocês devem supor que lá é o país que mais se "importa" mulheres (neste caso, exclusivamente mulheres) para esta função. As condições que eu especifiquei no primeiro parágrafo não condizem com todas as au pairs que viajam pelo mundo. Estes aspectos podem variar bastante, por exemplo: é possível vir com ou sem agência (responsáveis por intermediar a relação entre au pairs e famílias), com ou sem passagem paga pela host family, o curso pode ser de idiomas ou não, enfim, existem várias variantes.

No meu caso, encontrei a host family no site www.aupair-world.net, onde eu mesma pude contactar famílias de diversos países, trocar emails e avaliar as condições oferecidas por cada família como o lugar em que moram, a idade das crianças, as vantagens oferecidas etc. Portanto, eu vim sem agência, então assumi a responsabilidade de encontrar uma família confiável.

A minha busca resultou na família Kitselaar, que reside no sul da Holanda, em Heerlen; tem três crianças composta por pai, mãe, duas meninas de 12 e 11 anos, e um menino de 7 anos. Eles não precisam que eu faça muitos trabalhos domésticos, pois já têm uma cleaning lady, mas sim que eu dirija bastante para executar algumas atividades como deixar as crianças na escola e nas aulas de inglês, música e dança. Trocamos emails de julho a outubro e no último dia 27 eu cheguei aqui.

Estou no segundo dia e me sinto como um bebê que acabou de nascer e se depara com a necessidade do aprendizado de um mundo completamente novo. Na verdade, isso se mostra pra mim como uma maneira de viver futurística, com um sistema que valoriza o meio ambiente, a autossuficiência, as pessoas, enfim, com vários pés já na frente desse meu Brasil... mas este assunto eu continuo no próximo post.