25/02/2012

Olá amig@s,
Passei um bom período sem postar nada (preguiça é o cão!), mas li umas coisas num blog de uma au pair sobre uma viagem pra Islândia (terra da Björk) e fiquei novamente motivada. Até porque tenha certeza que eu vou adorar ler esses textos quando esse período passar...

A ideia é contar das viagens recentes e até mesmo das que já passaram há um tempo. Não sei se vou cumprir a meta, mas começarei hoje e este já é o primeiro passo. :)

Bem, esta semana meus hosts me deram dois dias livres assim "do nada". Na verdade, à princípio eu achava que trabalharia todo dia e toda hora esta semana porque as crianças tão de férias da escola e, portanto, quase o dia todo em casa... mas não, terça-feira fiquei sabendo que teria dois dias livres, quarta e quinta! Putz, em cima da hora... o que fazer? Não podia ficar em casa!

Lembrei de uma ideia que vinha na cabeça há uns tempos... ir pra Cologne, cidade alemã a 1h daqui onde mora uma amiga brasileira e pra onde sempre pipoca de "caronas"!
OBS.: conheçam: http://www.mitfahrgelegenheit.de/ , site alemão pra quem quer buscar ou compartilhar transporte de um lugar pra outro. Portanto, se você tem carro e não quer viajar sozinho, quer economizar na gasolina com a contribuição de outras pessoas e ainda conhecer gente legal, se cadastra lá! Quem quer participar também! E todo mundo fica feliz no fim porque é a forma mais barata de ir de um lugar pra outro por aqui. O movimento não é tão forte na Holanda, mas já me disseram que tem algo assim por aqui também, vou caçar.
De um dia pro outro encontrei um couch (CouchSurfing), carona de ida e volta pra Cologne. Então, neguinha, tinha que ir!!! hehe  E valeu muito a pena!

Cologne 

A carona de ida peguei em Aachen, uma cidade alemã vizinha de Heerlen, e um dos alemães no carro já tinha passado um ano estudando no Brasil, o que gerou bastante conversa.
Ah, detalhe: as autoestradas alemãs não tem limite de velocidade e você vê vários carros passando ao lado e fazendo zuuuuuum! Meio doido isso! Na Holanda, o limite é 120km, que é tranquilo. ^^
Cheguei quase no fim da tarde , visitei a Catedral, que ficava ao lado da estação principal de trem, comprei um mapa e pouco depois fui para a casa da menina do CS deixar minha mochila e decidir o que faria.
Ela me recebeu super bem, era muito gente boa, mas tava atolada de trabalho e não podia me dar atenção por muito tempo. Ainda assim me deu várias dicas sobre o que fazer na cidade e isso foi realmente útil! A sorte foi que a Joelma, minha amiga brasileira, me ligou e chamou pra dormir na casa dela e passear no dia seguinte, portanto, a melhor decisão foi justamente essa.
Fui, tivemos uma ótima noite de conversa e programamos o que faríamos no outro dia. Incrivelmente, fizemos tudo o que programamos, na tranquilidade, aproveitando tudo e tendo conversas incríveis!
Começamos pela ponte dos cadeados, que ganhou esse apelido há pouco tempo, depois de vários casais apaixonados trancarem cadeados na ponte com seus nomes ou iniciais gravadas e jogarem a chave no Rio Reno como símbolo de amor eterno. Lindo né? É mesmo! A ponte ficou super charmosa com a ideia e é bem legal ver os diferentes tipos de cadeados que se encontra por lá. É bom salientar que a ideia começou numa ponte na Itália e se estendeu por outras pontes pelo mundo.



Seguimos caminhando por um parque bonitinho à beira do Reno...
 Encontramos um parque legal no caminho...
 E mais outro, um parque de esculturas muuuito massa! Eu e Joelma levamos um carão imenso por tirarmos várias fotos interagindo com as esculturas! É isso ai, estávamos mostrando nossa brasilidade mundo afora hahahahahaha (detalhe: a segunda escultura da foto era feita de algum metal, afixada no chão, mas ela se movimentava com o vento, era bem estranho ver... hehe)
Seguimos, então, para nosso último destino do dia: o Centro de documentaçao da NS. 
Logo que chegamos fomos conhecer os andares no subsolo, que na verdade seriam parte do final da rota de visita, se tivéssemos seguido a ordem desde o início. Depois percebi, então, porque eram a parte mais tocante da visita... 
Sabe, lá não era só um lugar que abrigava uma documentação específica com fotos, textos, mapas, enfim, lá era o lugar que tinha abrigado parte da história que estava sendo contada. O andar em que começamos a visita continha inúmeras celas onde pessoas haviam sido aprisionadas e torturadas durante a Segunda Guerra. Além de fotos das escrituras mais deterioradas, podíamos ver celas com desenhos e escritos ainda conservados nas paredes (estas celas eram protegidas por um vidro e não se podia entrar). 
Pessoal, ler a história dessa gente e acompanhar isso tudo é bem intenso sabe... Ver ambiente, a energia preservada  pela conservação do local em que tudo aconteceu. 
Essa foi a parte que eu mais gostei. Acho que saber os relatos individuais e a história de cada um é sempre o mais interessante pra mim, o mais palpável.
De alguns prisioneiros, só veríamos frases soltas que expressavam a agonia (de serem aprisionados, mas não serem interrogados), a falta de liberdade (muitos eram jovens), as condições do lugar (as celas das fotos podiam ter até 30 pessoas e assim eles mal conseguiam se sentar), da (dos restos de) comida e de falta de higiene (alguns passaram em torno de um mês sem um banho sequer, diziam que só lhes davam banho quando já estavam "sujos como porcos"). 
De outros, podíamos obter mais informações, sobre o que aconteceu antes de depois de chegarem ali, se a família tinha algum envolvimento político com o comunismo (lembro de um menino que foi capturado panfletando e que a mãe sempre ia levar sanduiches pra ele. No relato, tinha até uma frase do tipo "se ninguém mais lembrar de você, sua mãe lembrará"), se escaparam do lugar (em outro caso, o prisioneiro casou, constituiu família e morreu há poucos anos), para onde fugiram etc.
Havia uma sala que mais parecia um velório, com algumas flores brancas já secas no chão, no canto de uma parede onde o nome, a data de nascimento e de morte dos prisioneiros eram projetados e se ouvia um breve relato sobre cada um.
Enfim... vocês tão sentindo o feeling né?
Esqueci até de dizer que eu e a Joelma alugamos um guia de áudio. Foi bom para acelerar um pouco a visita e evitar que nós duas conversássemos muito,além de que cada uma seguia seu ritmo. Gostei bastante e acho que isso vai ser sempre válido de hoje em diante. Portanto, a visita ficou bem mais produtiva, mas era tanta informação que se tornou difícil de "gravar". 
Aí vão as fotos: 

















Então, é isso. Acho que próximo post vai ser sobre o Carnaval holandês. =)
No mais, (na medida do possível) tá tudo em paz.
Abraços!

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